terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Livro O Mercador de Veneza - William Shakespeare




Trata-se de uma das obras mais polêmicas do célebre dramaturgo inglês. Escrito no findar dos anos 1500, época em que os judeus estiveram ausentes da Inglaterra (foram expulsos em 1290, e só seriam novamente aceitos em 1655), capta as chocantes caricaturas feitas pelos ingleses.
Em O Mercador de Veneza, o personagem que mais chama a atenção não é o mocinho, e sim o vilão, criado para dar um tom cômico à peça. Trata-se do agiota e judeu _ daí a polêmica _ Shylock, retratado comoindivíduo desprezível. A vítima, o cristão Antônio, cidadão bem sucedido de Veneza, faz um contrato atípico com o agiota, penhorando 453 gramas de sua própria carne. Agora, o vilão faz questão de tal medonha extração, o que levaria Antônio a morte. O que se observa é a velha e infeliz máxima anti-semita. O judeu do mal, quer sangue do bom cristão.
Durante anos, tal peça foi encenada, sempre ascendendo discussões, ou mesmo pregandoo anti-semitismo. Nos territórios nazistas, por exemplo, essa se tornou a peça mais popular de Shakespeare nos anos 30 e 40. Após a Segunda Guerra Mundial, a história tornou-se constrangedora e passou a ser exibida somente com interpretações mastigadas, tentando expor inclusive as mazelas do preconceito sofrido pelo próprio Shylock. O autor, em seu original, também busca trabalhar com o emocional do vilão, o mostrando como humano em suas características sentimentais. O fato é que o dramaturgo inglês foi certamente influenciado pela onda deletéria aos judeus, presente em sua época.
Todavia, é a índole e as convicções ideológicas do leitor ou do expectador de O mercador de Veneza, que vai relativizar ou aceitar a pilhagem antisemitaintegralmente.

Veja também o filme....



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Um comentário:

Eduardo Marculino disse...

parabéns por este espaço.....muito convidativo a leitura...especial
um grande abraço.
quando tiver um tempinho e quiser fazer uma visita ao meu segundo espaço http://feijoadaliteraria.blogspot.com/