terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Vidraça - Marcelo Ribeiro Dantas


São tênues os fios de luz
que atravessam a vidraça.
Olho a madrugada
e vejo a vida
tentando renascer,
rompendo a noite
nas brumas de um tempo morto.
Sou prisioneiro de mim
quando procuro
uma verdade longínqua
entre névoa da minha insensatez
e a claridade que me surpreende
a cada amanhecer.
Quero sepultar os medos
e as incoerências
nesse solo frio
da minha incredulidade futura.
O amanhã se faz presente
em casa esperança morta.
O ontem é uma paisagem desértica
nas pegadas do passado,
pegadas que ainda me circundam.
Como reverter toda essa angústia,
todo esse estigma
que aniquila minha emoção
e deixa vestígios de um solêncio
efêmero e sutil?
Como debelar essa saudade
que me sufoca
submergindo lembranças
num mar de desespero?
Imagino a franja larga das ondas
sobre a areia, um lindo mar,
e busco a minha paz
no incomformado
e estranho personagem
de ficções e mentiras
que habita meus sonhos:
Ingenuidade de um delirante.
Encontro em mim, apenas
essa sombra escondida, descrente,
que agora espreita o mundo
através da vidraça
e todo meu amor
por ti, Aline!

2 comentários:

Anônimo disse...

p/ MRD
Cada olhar q me tens, me vale a vida toda

Jussara disse...

A sanidade mata mais que um câncer, ainda bem que resta-nos o amor para nos perdermos em meio à tortura da razão...