segunda-feira, 13 de julho de 2009

Pneumotórax - Manuel Bandeira

Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .
— Respire.

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— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino

Um comentário:

UBIRAJARA COSTA JR disse...

A ironia dentro da poesia. Assim era Bandeira. E que bom que hoje tenhamos ambas nos lembrado dele, esse poeta único em seu versejar.
beijos, minha amiga.